segunda-feira, 11 de abril de 2011

Entrevista 2 - Lourenço Mutarelli

Desta vez, o atraso não foi nosso e sim do entrevistado. A sorte foi que nós já estávamos na porta quando Lourenço Mutarelli entrou no prédio. Ainda assim o pedido de desculpas foi mútuo, já que todos são bem educados. Batendo o recorde até então detido por Luiz Gê, Mutarelli morava com, além do filho e da esposa, mais quatro gatos. Um deles se chamava Mentira e, contrariando o ditado, ela não tinha pernas curtas.

Mostrando um pessimismo e certa amargura em relação aos quadrinhos, Lourenço confessou que se sente mais acolhido na literatura. Para ele, o verdadeiro boom dos quadrinhos foi na década de 80. O que vivemos agora não passa de um modismo passageiro. Ele deu a entrevista na frente de sua estante com inúmeros livros de Willian Burroughs e HQs clássicas como Maus e Snoopy.

O escritor e sua esposa ainda nos fizeram engolir alguns pedaços de pizza, o que não foi nenhum sacrifício dado o adiantado da hora e a fome que passávamos eu, Luisa, Luiz e Gustavo. E foi na mesa de jantar onde Lourenço contou piadas. E engraçadas. Foi na mesa também que Luiz apontou um desenho pendurado na parede perguntando quem seria aquela figura parecida com o ditador líbio, Kadafi, que na verdade era um retrato ilustrado de uma atriz feito por Mutarelli para o filme Nina. Felizmente, não houve feridos - pelo contrário.

sábado, 2 de abril de 2011

Entrevista 1 - Luiz Gê

Teria sido mais fácil se, em vez de dizer que morava na avenida Ipiranga, Luiz Gê tivesse dito que morava no Copan. Mas aí não teria sido surpresa. Depois de nos confurdirmos com os trocentos botões no elevador, eu, Luisa, Luiz, Lorena, Gustavo e Priti chegamos ao local onde Gê mora com sua esposa, dois gatos exibidos e Borba Gata, sua manequim com o corpo desenhado para uma fotonovela da Playboy.

Ao nos receber com um "olá, fiquem à vontade e me chamem quando estiver tudo pronto", pensamos que o quadrinista podia ser um cara quieto. Impressão que foi logo desfeita em quase uma hora de entrevista.

Na frente de uma estante de livros que faria inveja à biblioteca da Cásper, o fundador da revista Balão conversou sobre suas obras mais importanes, os novos projetos depois de uma longa reclusão dos quadrinhos e o mercado das graphic novels, enquanto tentava não prestar atenção nos gatos que faziam de tudo para aparecer nas filmagens.

Educado e calmo, como costumam ser os professores do Mackenzie, Gê ainda mostrou seu espírito trangressor quando falamos que queríamos fazer as imagens de apoio como fazem no Fantástico. "AH RÁ! Então vocês só querem copiar o Fanástico, não querem fazer uma coisa nova", provocou o professor desconsolado com essa juventude pouco rebelde. De qualquer modo, se vai ser uma inovação ou não, só vamos descobrir no final do ano.

Conseguimos, assim, nossa primeira entrevista com uma das pessoas mais importantes do quadrinho nacional para o nosso documentário - que ainda não tem uma cara, mas já tem coração.